Saúde

A ansiedade e a depressão, em se tratando das doenças físicas e mentais, estão entre aquelas mais prevalentes.

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E sempre foi assim, mas atualmente seu crescimento chega a níveis alarmantes, talvez sem precedentes. É verdade que vem crescendo ao longo do tempo, frente às exigências maiores da atualidade e da competição, muitas vezes desleal, desumana, que se instalou no caminho da raça humana. Sim, vem crescendo, mas o estirão desse crescimento é mais atual, fruto dos últimos anos, mais especificamente, desde a pandemia.
Infelizmente lideramos o ranking mundial de número de ansiosos, com 27 por cento de aumento na população brasileira nessa condição. Com a depressão, isso não é diferente, alcançamos 25 por cento a mais nos brasileiros. A maior vítima, a pessoa cometida por esses males, é quem mais sofre por isso, mas não é apenas ela, todos ao seu redor também são atingidos por esse sofrimento e o país como um todo. Milhares de trabalhadores são afastados de suas atividades profissionais devido a esses transtornos mentais que, diversas vezes, os incapacitam, ainda que temporariamente para o serviço.

Um fato preocupante que os estudos mostram é que a população jovem teve um aumento expressivo dessas taxas, com 90 por cento de aumento nos índices de depressão E esta, quando ocorre, o jovem perde o interesse por coisas que antes lhe eram prazerosas, sente-se extremamente cansado e desmotivado à realização de novas tarefas. Mas, não é só a juventude que está correndo riscos, a população idosa também corre os mesmos riscos de desenvolver quadros psiquiátricos, assim como os adultos, que constituem a faixa entre os dois extremos reportados.
A pandemia favoreceu esses estados não apenas pelo luto coletivo com a perda de quase um milhão de pessoas que contraíram a pandemia, mas também pela divisão entre a política e a ciência, com a produção de fakes, que condenaram o uso da vacina que, inegavelmente, pôs fim à covid-19. A política e a ciência seguiram lados opostos e com isso dividiram familiares e amigos.

As redes sociais foram e continuam sendo as grandes difusoras dessas ideias falaciosas, escolhendo diferentes grupos e enchendo-os do que querem ler, ouvir, ou ver.
Hoje as pessoas andam estressadas com tudo, pisando em ovos, sem saber o que falar nos diferentes locais por elas frequentados. O exagerado tempo gasto nas redes; a vida agitada do mundo atual; o medo do futuro; a dependência prolongada dos pais; a dificuldade de se manter no emprego, onde a produtividade é priorizada em relação ao bem-estar, o que é mal aceito pelo jovem contemporâneo; a baixa tolerância às frustrações; a insegurança para constituir famílias e para assumir a paternidade ou maternidade; a polarização política; isso tudo gera grandes sobrecargas mentais.

A mulher que assume a dupla ou tripla jornada de trabalho, que infelizmente tem os proventos menores em relação ao homem, a que mais sofre assédio no trabalho e em casa, a maior vítima da violência doméstica, também é a mais impactada com os transtornos ansiosos e depressivos. As gerações Z e alfa nasceram numa época de grande ascensão digital e vivem com seus smartphones colados à mão, tornam-se solitários ainda que dentro de reuniões de amigos. Já crescem predispostos às doenças da mente.

Políticas públicas como “Janeiro Branco”, “Semana Nacional de Políticas sobre Drogas”, “Setembro Amarelo” e outras mais são muito importantes, desde que bem conduzidas para a prevenção de transtornos mentais. É importante permitir chegar às famílias as preocupações das políticas públicas com este problema de saúde. Se possível, deve-se investir em capacitação de agentes comunitários para levar o assunto às suas respectivas zonas de atenção.

Não há mais como nutrir o estigma de algo que atinge uma parcela considerável da população. Além da família, a escola e as empresas são dois outros objetivos a serem alcançados para transformá-los em agentes multiplicadores de práticas preventivas.

O sono adequado quantitativa e qualitativamente e a alimentação balanceada são elementos imprescindíveis para uma boa saúde mental, assim como manter atividade física regular. É importante o afastamento das telas, quando usadas exageradamente e dedicar espaço para alguns hobbies saudáveis. Todos constituem medidas importantes de apoio tanto na prevenção, como no tratamento das enfermidades ansiosas e depressivas.
Quando nada disso é suficiente, o profissional de saúde mental deve ser procurado, de início na área da psicologia e, se for necessário, na área psiquiátrica. Para uma boa saúde mental, devemos encontrar maneiras para diminuir o estresse e a competição que dominam a época atual; tomar cuidado com as notícias falsas geradoras de ódio, aceitar as ideias contrárias às nossas e viver como um verdadeiro brasileiro, que repudia a interferência além das nossas fronteiras.
Pobreza está entre as principais causas de aumento de ansiedade e depressão, diz estudo.

FONTE:PRIMEIRAPÁGINA.COM.BR
(Foto: Freepik/Ilustrativa) freepik.com

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